terça-feira, novembro 29, 2016

eu voltei pra minha pele e isso é algo tão absolutamente confortável que eu voltei a escrever, voltei a cozinhar, voltei a ler, voltei a movimentar o corpo, a corporificar o movimento. nesses tempos longos em que a gente se perde é muito louco pensar que a gente desliga do essencial, da presença última e necessária de existir num corpo único e finito. é importante que eu me lembre que não sei experimentar peles alheias sem fazer a captação máxima disso que nem sei o que é. amar ainda dói.
na terapia refaço meus métodos
revejo meus méritos
choro você.

o tempo tecnológico
o tempo mercadológico
esse tempo nada lógico,
não me satisfaz.

domingo, novembro 27, 2016

o poeta:
treina
drena
reina
em plena
absorção
do alto do prédio que é quase esquina com a rua consolação
meus tímpanos escutam os carros
os gritos
os assovios
do alto do prédio que é quase esquina com a rua consolação
meus ouvidos escutam as buzinas
os ônibus
os vizinhos
do alto do prédio que é quase esquina com a rua consolação
as minhas células escutam as ambulâncias
as janelas
os ruídos
do alto do prédio que é quase esquina com a rua da consolação
meu corpo mora surdo em são paulo

agora é quase verão
meu corpo só entende a dinâmica das praticidades pelo calor
eu nem sabia, até o inverno murchar todas as plantas e todos os dentros de mim e do mini apartamento na rua maria antônia, 2015
e aí o tempo passa junto com as folhas caindo, eu assimilando o mundo..
pensar que posso me interessar por diversas misturas étnicas me conforta.




tem um sol que entra quando é quase verão pela janela do apartamento da rua dona antônia
tem um sol que entra e beija as plantas na sacada da rua piauí
acabo de fazer uma relação com a revista e me volta à memória você esquentando água praquele chá chinês falando da vidente e do seu passado pintor iluminado
só estou registrando pra posteridade que sai algo de sua pele que a minha muito gosta,
tem um mistério no desenho alinhado de seu rosto com olhos nariz e boca/sorriso largo
no mais de tudo isso é só todo conforto de estar de volta à minha própria pele
(e que quando encosto na sua,
tudo
vira
infinito.

terça-feira, novembro 15, 2016