sábado, outubro 28, 2017

vocês esperam que eu seja sempre muito coerente e bonita, mas eu estou mesmo cansada. estes estiramentos todos, vocês não estão cansados só de olhar? este é o resumo geral da semana: estamos todos cansados e vaidosos demais pra parar um pouco, sabe, respirar um pouco. acho que tem haver com o consumo, eu estou mesmo cansada desta grande necessidade absurda do consumo, e não digo só da matéria, eu falo de um consumo geral das substâncias, mesmo as que não palpamos ou não vemos. e aquilo que não vemos, muitas vezes não acessamos mesmo, porque estamos acostumados a consumir com os olhos, inclusive ou principalmente. e aí do consumo, o cansaço. e o cansaço deveria, em tese, ajudar a parar, mas quem consegue de fato enxergar além dos olhos? além dos desejos, daquilo que achamos que necessitamos? e aí me lembro que isto material que comanda o mundo é um algo mesmo muito vaidoso, e como tudo é muito mesmo osmótico, estamos todos vaidosos igual. e aí umbigo ganha tantos significados, mesmo quando num geral as coisas dentro da verdade delas, só possui um único, e depois que as verdades são farelos de recortes de percepções múltiplas e dentro disso tudo tão complexo e ao mesmo tempo tudo tão obviedades, que:




skinshape pros poros acordarem junto com as paredes, as plantas, os tacos, os livros. viver é resumir o tudo à um grande imenso incomensurável pulso.
hoje vi pela primeira vez a cara de Atistides Klafke. meus tempos são modernos e outros. hoje somos contemporâneos e urgentes. hoje vi pela primeira vez a face de Aristides Klafke, o poeta distante. meus tempos são de jovens vazios ansiosos e flamejantes. meu hoje é superfície.
gal canta baixinho neste sábado de sol. tirei toda a poeira do armário. ele me lembra os contos do Caio Fernando Abreu quando fuma na janela. estou disposta. viver é dormir com verdadeira qualidade.
o efêmero me atropela, sou fruto de um mundo virtual, frio e que paira na superfície. sangue arterial, psicomotricidade, tentativa de conquistas detestáveis. viver é dançar conforme a música.

quinta-feira, outubro 26, 2017

quinta neutra vindo mostrar que os desejos são tão efêmeros quanto o ato de satisfazê-los. que os desejos são a principal estratégia do verbo distrair.

quarta-feira, outubro 25, 2017

meio da semana e o sol desponta junto com a minha fé em existir. viver é ressurgir através dos ciclos. yoga é a melhor bengala de todos os tempos.

terça-feira, outubro 24, 2017

leite porque estou infantil. um sono profundo e infinito, com sonhos indecifráveis. olheiras são a última coisa que importa, apesar da indicação de que talvez elas estejam sim destacadas. hálito de cebola roxa, bafo gourmet. aula de lazer, ser humano máquina, cartão de crédito e aluguel pagos, um coração triste, apesar de esperançoso. terça-feira fria, viver é atingir a solidez das emoções.

segunda-feira, outubro 23, 2017

pequena fração confusa de estar viva:

acordei despertei levantei caminhei até a cozinha fogo pro café, abacate pro recheio, pão quando tá velho a gente aquece que fica mastigável, ação de me nutrir completa, passos até o sofá, cortinas escancaradas, telefonemas pra quem realmente importa, silêncio de volta, barulho de dentro, kurt cobain ou patti smith? segunda predominantemente nublada e a digestão geral do final de semana, as aulas remarcadas eu com a liberdade mais maquiada que alguém já escutou, e quem não? rolando as novidades do fora concluindo distrações, todas, nós, eu você eles distraídos e os sorrisos e os silêncios e os rostos e isso que assimilamos como persona e das personas os personagens meticulosamente elaborados para denovo, distraídos, continuarmos isso que chamamos de caminho que é místico, incontrolável e de nenhuma maneira, ensaiado.