"(As pessoas).Quanto menos as vejo,mais gosto delas."
"Dou duas voltas no quarteirão,encontro 200 pessoas e não vejo nenhuma criatura humana. Olho na vitrine das lojas e não há nada que me interesse.No entanto,tudo tem preço. Uma guitarra,ora,porra,pra que me serve uma coisa dessas?Só se for pra tacar foto.Toca-discos,tevê,rádio. Tralha inútil.Bugiganga imprestável.Um troço pra embrutecer o cérebro. Como soco com luva vermelha de 200 gramas. Popt. Te derruba no chão."
"Nada estava em sintonia,nunca.As pessoas vão se agarrando às cegas a tudo que existe: comunismo,comida natural,zen,surf,balé,hipnotismo,encontros grupais, orgias,ciclismo,ervas, catolicismo,halterofilismo,viagens,retiros,vegetarianismo,
Índia, pintura,literatura,escultura,música,carros,mochila,ioga,cópula,jogo,bebida,
andar por aí,iorgute congelado,Beethoven,Bach,Buda,suicídio,roupas feitas à mão,vôos à jato,Nova Iorque,
e aí tudo se evapora,se rompe em pedaços.
As pessoas têm que achar o que fazer enquanto esperam a morte.
Acho legal ter uma escolha."
quinta-feira, dezembro 07, 2006
quarta-feira, novembro 29, 2006
domingo, novembro 26, 2006
E minhas próprias coisas eram tão más e tristes, como o dia em que nasci. A única diferença era que agora eu podia beber de vez em quando, apesar de nunca ser o suficiente. A bebida era a única coisa que não deixava o homem ficar se sentindo atordoado e inútil o tempo todo. Tudo mais te pinicando, te ferindo, despedaçando. E nada era interessante, nada. As pessoas eram limitadas e cuidadosas, todas iguais. E eu teria que viver com esses putos pelo resto de minha vida, pensava. Deus, eles todos tinham cus, e órgãos sexuais e suas bocas e seus sovacos. Eles cagavam e tagarelavam e eram tão inertes quanto bosta de cavalo. As garotas pareciam boas à distancia, o sol provocando transparencias em seus vestidos, refletido em seus cabelos. Mas chegue perto e escute o que elas tem na cabeça sendo vomitado pelas suas bocas. Você ficava com vontade de cavar um buraco sobre um morro e ficar escondido com uma metralhadora. Certamente eu nunca seria capaz de ser feliz, de me casar, nunca poderia ter filhos. Mas que diabo, eu nem conseguia um emprego de lavador de pratos.
01:38 porque somos todos uns fodidos.
01:38 porque somos todos uns fodidos.
sexta-feira, outubro 20, 2006
(...)"só estamos de acordo com o mundo se estamos em desacordo conosco mesmos, o absurdo é o divino"(..)
"Invejo - mas não sei se invejo - aqueles de quem se pode escrever uma biografia, ou que podem escrever a própria. Nestas impressões sem nexo, nem desejo de nexo, narro indiferentemente a minha autobiografia sem factos, a minha história sem vida. São as minhas Confissões, e, se nelas nada digo, é que nada tenho que dizer. Que há-de alguém confessar que valha ou que sirva? O que nos sucedeu a toda a gente ou só a nós; num caso não é novidade, e no outro não é de compreender. Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância, pois nada tem importância."
Livro do desassosego-Fernando Pessoa
"Invejo - mas não sei se invejo - aqueles de quem se pode escrever uma biografia, ou que podem escrever a própria. Nestas impressões sem nexo, nem desejo de nexo, narro indiferentemente a minha autobiografia sem factos, a minha história sem vida. São as minhas Confissões, e, se nelas nada digo, é que nada tenho que dizer. Que há-de alguém confessar que valha ou que sirva? O que nos sucedeu a toda a gente ou só a nós; num caso não é novidade, e no outro não é de compreender. Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância, pois nada tem importância."
Livro do desassosego-Fernando Pessoa
sexta-feira, setembro 29, 2006
quinta-feira, setembro 21, 2006
Tudo me interessa e nada me prende.Atendo a tudo sonhando sempre; fixo os mínimos gestos faciais com quem falo, recolho as entoações milimétricas dos seus dizeres expressos; mas ao ouvi-lo, não o escuto, estou pensando noutra coisa, e o que menos colhi da conversa foi a noção do que nela se disse, da minha parte ou da parte de com quem falei.Assim, muitas vezes, repito a alguém o que já lhe repeti, pergunto-lhe de novo aquilo a que ele já me respondeu; mas posso descrever, em quatro palavras fotográficas, o semblante muscular com que ele disse o que me não lembra,ou a inclinação de ouvir com os olhos com que recebeu a narrativa que me não recordava ter-lhe feito.
sábado, setembro 02, 2006
_Você gosta de Júpiter?
_Gosto.Na verdade
"desejaria viver em Júpiter
onde as almas são puras
e a transa é outra."*
_Que é isso?
_Um poema dum menino que vai morrer.
_Como é que você sabe?
_Em fevereiro.Ele vai se matar em fevereiro.
_Hein?
silêncio.
_Você tem um cigarro?
_Estou tentando parar de fumar.
_Eu também.Mas queria uma coisa nas mãos agora.
_Você têm uma coisa nas mãos agora.
_Eu?
_Eu.
silêncio.
_Gosto.Na verdade
"desejaria viver em Júpiter
onde as almas são puras
e a transa é outra."*
_Que é isso?
_Um poema dum menino que vai morrer.
_Como é que você sabe?
_Em fevereiro.Ele vai se matar em fevereiro.
_Hein?
silêncio.
_Você tem um cigarro?
_Estou tentando parar de fumar.
_Eu também.Mas queria uma coisa nas mãos agora.
_Você têm uma coisa nas mãos agora.
_Eu?
_Eu.
silêncio.
quinta-feira, agosto 10, 2006
terça-feira, julho 25, 2006
voce tambem poderia me aparecer,de vez no enquando.
no mais no mais,fui dar uma volta.
no menos então,volto de tarde ao escurecer.
vou me juntando como junto estas letras,
como junto as palavras,
como formo estas frases,
preciso acreditar mais em mim.
não afirmo não haver cura.
ele a olha de forma que esconde tudo de sentimentos que explodem nele mesmo,por dentro.
mas ao escurecer,ela ganha um beijo.
de todos os beijos,eu não quero nenhum.
tomaria com você de tudo o que te chama droga,
mas quem me precisa chamou tão alto,nada vago,tão nescessário.
você,que me precisa que eu não preciso de você.
ti,que me supria que eu não supria ti.
tu,que me queria e eu que não queria tu.
já está escuro,vai anoitecer.
vou escrever ás cegas,então.
então então,venha comigo á biblioteca.
então então,vamos tomar capuccino,
no mais no mais,te espero no próximo feriado,
me espera no enquanto,juntando os cacos de nós mesmos.
no mais no mais,fui dar uma volta.
no menos então,volto de tarde ao escurecer.
vou me juntando como junto estas letras,
como junto as palavras,
como formo estas frases,
preciso acreditar mais em mim.
não afirmo não haver cura.
ele a olha de forma que esconde tudo de sentimentos que explodem nele mesmo,por dentro.
mas ao escurecer,ela ganha um beijo.
de todos os beijos,eu não quero nenhum.
tomaria com você de tudo o que te chama droga,
mas quem me precisa chamou tão alto,nada vago,tão nescessário.
você,que me precisa que eu não preciso de você.
ti,que me supria que eu não supria ti.
tu,que me queria e eu que não queria tu.
já está escuro,vai anoitecer.
vou escrever ás cegas,então.
então então,venha comigo á biblioteca.
então então,vamos tomar capuccino,
no mais no mais,te espero no próximo feriado,
me espera no enquanto,juntando os cacos de nós mesmos.
sexta-feira, julho 21, 2006
O MISTÉRIO das cousas,onde está ele?
Onde está ele que não aparece,
Pelo menos a mostrar-nos que é mistério?
Que sabe o rio disso e que sabe a árvore?
E eu, que não sou mais do que eles,que sei disso?
Sempre que olho para as cousas e penso no que os homens pensam delas,
Rio como um regato que soa fresco numa pedra.
Porque o único sentido oculto das cousas
É elas não terem sentido oculto nenhum
Sim,eis o que os meus sentidos aprenderam sozinhos:
As cousas não têm significação:têm existência.
As cousas são o único sentido oculto das cousas.
Onde está ele que não aparece,
Pelo menos a mostrar-nos que é mistério?
Que sabe o rio disso e que sabe a árvore?
E eu, que não sou mais do que eles,que sei disso?
Sempre que olho para as cousas e penso no que os homens pensam delas,
Rio como um regato que soa fresco numa pedra.
Porque o único sentido oculto das cousas
É elas não terem sentido oculto nenhum
Sim,eis o que os meus sentidos aprenderam sozinhos:
As cousas não têm significação:têm existência.
As cousas são o único sentido oculto das cousas.
quinta-feira, julho 06, 2006
quarta-feira, junho 28, 2006
segunda-feira, junho 26, 2006
terça-feira, junho 20, 2006
terça-feira, maio 30, 2006
naquelas tardes o sol era tapado com a cortina improvisada,
mas naquelas tardes, você poderia não estar atoa e daria um tempo a tudo,
um tempo para as pessoas que queriam a sua atenção.
Naquelas tardes eu era mais feliz e com mais saudade,
Naquelas tardes o sol era mais quente lá fora e menos quente aqui,
E este quarto era o refugio.
mas naquelas tardes, você poderia não estar atoa e daria um tempo a tudo,
um tempo para as pessoas que queriam a sua atenção.
Naquelas tardes eu era mais feliz e com mais saudade,
Naquelas tardes o sol era mais quente lá fora e menos quente aqui,
E este quarto era o refugio.
quinta-feira, maio 25, 2006
quinta-feira, março 30, 2006
quarta-feira, março 15, 2006
"Para começar",disse o Gato, "um cachorro não é louco. Concorda?" "Acho que sim",respondeu Alice. "Bem",prosseguiu o Gato, "você vê um cão rosnar quando está bravo, e abanar o rabo quando está feliz. Agora, eu rosno quando estou feliz e balanço o rabo quando estou bravo. Logo, sou louco."
;Alice's Adventures in Wonderland; muito do bonito.
;Alice's Adventures in Wonderland; muito do bonito.
sexta-feira, março 10, 2006
[...] As frases me encantam,as palavras me surpreendem,com seus tons e afinaçoes,cada modo diferente ou não de serem escritas,o mundo em si me deslumbra.
Às vezes me penso louca,apesar de ter uma estranha preferencia por esses julgados loucos e por estas palavras que combinamos definir pessoas consideradas inadequadas ou fugitivas de um padrão.
Louco;doido,o que afinal significa tudo isso? Assim como o óbvio me intriga, o padrão também.
Um momento de ontem cerveja,*
Às vezes me penso louca,apesar de ter uma estranha preferencia por esses julgados loucos e por estas palavras que combinamos definir pessoas consideradas inadequadas ou fugitivas de um padrão.
Louco;doido,o que afinal significa tudo isso? Assim como o óbvio me intriga, o padrão também.
Um momento de ontem cerveja,*
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